Sanidade mental em momentos de crise.

Hoje vamos falar um pouquinho sobre sanidade mental nos momentos de crise, este vídeo foi inspirado em uma psicóloga Portuguesa chama Maria Palha, que nos últimos 13 anos viajou o mundo todo desenhando e implementando programas de saúde mental e emocional, em contextos de crise, como guerras e grandes desastres ambientais.

 

Primeiro precisamos entender de maneira mais didática o que é crise, crise é quando há a interrupção inesperada de um processo que pode ser uma interrupção física ou simbólica, que nos tira nossas referencias. Um divorcio pode ser uma crise pessoal, por exemplo, ou a descoberta de uma doença, ou pensando em ambientes de crise generalizada, as guerras e nosso próprio cenário atual com a presença do corona vírus.

 

Nessas diversas experiências que ela teve em cenários, como Síria, Irã, entre outros, ela pode perceber pontos relevantes e comuns aos que vivenciavam esse tipo de crise generalizada, e foi através dessas observações que ela criou o modelo de gestão de crise com foco em saúde mental que ela passou a implantar no mundo todo.

 

Um dos pontos observados, foi que em momentos de crise generalizada as pessoas tendem a pensar que todos ao seu redor sabem e conseguem lidar com a situação, e que somente elas se encontram perdidas e sem rumo, e desta forma as pessoas tendem a se fechar nos seus problemas. Entretanto ela afirma que esse é um dos piores caminhos a se seguir, pois é desse isolamento ao longo do tempo, que surgem doenças como depressão e ansiedade. Neste caso o melhor a se fazer é criar grupos sociais que vivenciam o mesmo problema.

 

Outro ponto citado, é a importância de não nos apegarmos aos números. Em uma guerra, o numero de mortes é gigantesco dentre desses o numero de crianças é muito significativo, os casos de depressão e suicido são elevados, mas precisamos entender que em momento de crise, não gerenciamos com planilhas de Excel, gerenciamos a crise sendo cada vez mais humanos, e nos aproximando de outros humanos.

 

E como terceiro ponto ela fala da importância das nossas emoções, não podemos nos momentos de crise tentar anestesiar nossas emoções, pois são as emoções que nos permitem ser resilientes, adaptáveis, e passar por situações complexas.

 

Com isso ela nos estimula a criar nosso próprio Kit SOS, que basicamente é composto por 4 passos:

 

  1. Primeiro precisamos estar atentos as nossas emoções, não se trata de não senti-las, mas sim de ser capaz de identificar o que sentimos;
  2. Segundo precisamos identificar nossos limites, e respeita-los sempre, buscando ajuda, quando não somos mais capazes de lidar com a situação sozinhos
  3. Terceiro, precisamos ter nossos band-aids emocionais, que nada mais é que nosso próprio repertorio interno, que tende a ficar mais robusto quanto mais nos conhecemos.
  4. Quarto, é importante acharmos fontes diárias de bem estar, que pode ser um esporte, pode ser uma conversa franca e honesta com um amigo, pode ser a conexão com a natureza, enfim, busque fontes de bem estar, pois isso faz nossa vida diária muito mais saudável do ponto de vista mental.

 

Outro ponto que ela menciona e que confesso me causou certa surpresa, ela diz que a maior causa de depressões em momento de crise generalizada é o fato de sentirmos que não temos amigos verdadeiros, isso mostra o quanto é importante nos acolhermos neste momento.

 

Enfim, este texto é pra dizer, que primeiro nenhum de nos esta sozinho, apesar de termos dores, cenários e realidades diferentes, precisamos nos unir em nossa humanidade, pois essa é a cola capaz de unir realidades e vivencias tão diferentes.

 

 

Ariane Skif Paulino

 

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