Neuroplasticidade – Como usar a incrível habilidade de transformação do nosso cérebro para nos trazer mais bem estar.

Esse texto é inspirado em pesquisas e palestras do psicólogo e neurocientista Richard J. Davidson, pra quem não o conhece ele é formado em psicologia pela universidade de Nova York e doutor em psicopatologia e psicofisiologia pela universidade de Harvard. Ele é mundialmente conhecido pelas suas pesquisas em neurociência, muitas delas em parceria com Dalai Lama. Algumas dessas pesquisas já  comprovaram, por exemplo, que é possível modificar o cérebro afetivo, com exercícios de concentração e meditação, a fim de controlar doenças como ansiedade e depressão.

 

Ele nos conta que toda a sua vida de pesquisa é baseada em uma questão que sempre o intrigou, porque algumas pessoas são mais resilientes e outras mais vulneráveis? E existem maneiras de tornar as pessoas mais vulneráveis em pessoas mais resilientes, trazendo assim maior bem estar a estas pessoas?

 

Ele menciona a neuroplasticidade de nosso cérebro, ou seja, a incrível capacidade que nosso cérebro tem em se modificar, em desaprender coisas e em aprender coisas, e hábitos novos. Ou seja, nosso cérebro esta em constate modificação, mas muitas vezes nós nem percebemos isso, fazemos isso com pouca consciência. E dai vem a importância de sermos cada vez mais responsáveis pela nossa mente e em como transforma-la.

 

Ele menciona 4 desafios presentes na sociedade atualmente, que nos impede de termos maior responsabilidade sobre nossa própria mente, são eles:

 

  1. Distração -> Para falar desse tema ele nos traz uma pesquisa muito interessante realizada com milhares de americanos de meia idade, onde eles foram questionados sobre:
  • O que você esta fazendo agora?
  • O que sua mente esta fazendo agora?
  • Neste momento você esta feliz ou triste?

O resultado da pesquisa mostra que 47% dos americanos, não estão prestando atenção no que estão fazendo no momento presente. O problema desse dado, além de obviamente mostrar claramente uma falta de foco e produtividade, é que mentes distraídas, que não estão no persente, são mentes infelizes, que estão em geral ansiosas ou deprimidas.

 

  1. Solidão -> Outra pesquisa realizada nos EUA, traz como dado que 76% dos americanos reportaram médio ou alto nível de sentimento de solidão. E o que isso significa? Significam americanos mais adoecidos, pois doenças como obesidade, por exemplo, esta diretamente ligada a sentimento de solidão.

 

  1. Autoimagem negativa -> O fato de muitas vezes nos percebemos como inadequados e insuficientes, e nutrirmos esses sentimentos e falas sobre nós mesmo, é um grande propulsor da depressão. E os números dessa doença são alarmantes, entre 2013 a 2016 tivemos um aumento de 33% nos casos de depressão nos EUA, o grande aumento esta na faixa de 12 a 17 anos, ou seja, é uma doença que vem cada vez mais vem atingindo nossos adolescentes, com isso o numero de suicídio nessa faixa etária mais que dobrou nos últimos 10 anos.

 

  1. Perda do proposito e do significado da vida -> Outra pesquisa nos mostra, que pessoas na faixa de 60 anos com pouco objetivo e proposito claro na vida são duas vezes mais propensas a morrer dentro de cinco anos do que aquelas com altos níveis de proposito.

 

 

Dois pontos são relevantes nisso tudo:

 

Primeiro é que essas pesquisas nos mostram claramente a conexão intima entre saúde mental e saúde física.

E o segundo ponto, é como podemos treinar nossa mente para sermos mais resilientes e aumentarmos nossa saúde e bem estar.

 

Pra isso Richard, nos traz 4 pontos a ser trabalhados:

 

  1. Resistir às distrações -> Ou seja, criar maneiras para nos manter presentes, atentos. Quantos de nós, por exemplo, logo após acabar de ler algumas paginas de um livro não faziam ideia do que tinham lido? Isso mostra claramente nossa falta de presença. Sem duvida a maior e melhor ferramentas para nos manter presente são as técnicas de meditação e de mindfulness.
  2. Criar conexões saudades -> Ou seja, construir relações baseadas em bons sentimentos, tais como empatia, amor, compaixão, companheirismos, colaboração, etc. Relacionarmo-nos sempre de forma digna, honesta e principalmente com trocas justas.
  3. Autoconhecimento -> Quanto mais nos autoconhecemos, mais temos consciência de quem somos, e desta forma ganhamos autonomia de mudarmos o que precisa ser mudado e de aceitarmos o que não é possível mudar, entendendo que somos únicos e perfeitos como somos. Quanto mais nos autoconhecemos, mais somos capazes de nos amar mais e nos julgar menos. O segredo aqui é mudar a relação com sigo mesmo, trazendo mais autocompaixão e autocuidado para sua vida.
  4. Proposito -> Sei que a palavra esta em alta, e que muitos me dizem que não fazem ideia de qual é o seu proposito. Mas o segredo aqui é fazer atividades que te tragam senso de proposito, ou seja, é achar motivos para acordar em uma segunda-feira de inverno feliz pela atividade que você ira realizar naquele dia, sabendo que cada atividade realizada te aproxima mais de seus objetivos e de seu proposito de vida.

 

 

Acredito que o grande segredo para a saúde metal, física e espiritual é trazer leveza a vida, ao mesmo tempo em que criamos absoluto equilíbrio e atenção ao presente. É importante que consigamos, nem que por alguns minutos, nos afastarmos de nossos problemas e preocupações, e ficarmos atentos ao que esta acontecendo no aqui agora. Esteja disponível para o que vier ao seu encontro, da forma como vier. E não se preocupe se tropeças ou cair, levante-se, sacuda a poeira, sorria e aprenda com nossos erros, e siga sempre em frente!

 

Ariane Skif Paulino.

 

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